quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Ah... uma prosa!

Sinto-me à beira-mar, num suave monte de areia húmida feita à pressa sem grande cuidado ou preocupação. Estamos num dia de Verão bem agradável, ameno, o corpúsculo já esteve bem mais longe de ser alcançado. Miro o futuro pôr-do-sol, miro o mar, com as cristas das ondas espumantes batidas pela força do vento que me faz sentir tão bem. Boa parte das pessoas da praia já foram para suas casas, mas um menino pequenino brinca com uma bola à beira mar. Que encanto vê-lo assim. A bola é o seu mundo e mais nada lhe interessa naquele momento. Ama a bola mais que tudo e é assim que, naquele dia, naquela hora, é feliz! A inconsciência feliz fá-lo uma pessoa bonita, saudade, brilhante.Levanto-me... Com estes longos, mas leves pensamentos, caminho pelo areal tocado pela água, ficado apenas as minhas pegadas... Sentir-me-ei sozinho? Talvez... Mas nestes momentos a solidão é reconfortante e amiga. Vou até ao farol que delimita a praia, bastante destacado do areal e volto a pensar no menino. Se cada um de nós aproveitasse um pouco da felicidade que às vezes está à sua frente, e não deixasse cair a bola, o seu mundo, o nosso mundo, seria tão melhor. Tanta vez temos a bola diante de nós e a ignoramos. O sonho do menino era ter uma bola para brincar. Só uma bola, apenas uma. Não desejou todas as bolas do mundo, nem todas as brincadeiras. Só brincar com ela... O problema é que sonhamos alto, alto demais e não nos contentamos com uma só bola que seria suficiente para sermos felizes. Que todas as brincadeiras do mundo fossem assim, que todos os sonhos fossem ter uma bola para brincar...

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