quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Lux... não... Aeternal

Lux... não
Aeternal

I
Aeternal voltou
Eu não queria, não pedi
A minha alma só suspirou
Por aquilo com a qual nunca sorri

II
Dominou o meu corpo
As mãos, os pés, o tronco
E quando chegou irada, à mente
Senti algo que ninguém sente

III
A explosão de alegria falsa
A felicidade à minha beira
Mas apenas de mera escuridão se tratava
A explosão de alegria? Implosão de asneira!

IV
Arrependi-me, supliquei
Para que se libertasse de mim
Mas naquele momento em que suspirei
Que já não era o mesmo "Eu" aí notei...

V
Quem sou agora? Alguém...
Não presta para nada nem para ninguém
Inundado nos seus Dogmas
Vê a melancolia às suas portas

VI
Não tenho vontade de viver...
Porquê? Deus não me explica a razão
Não há nenhuma razão de ser
De tanto esfaquear o coração

VII
"Tudo acontece por alguma razão"?
Não... acontece porque não temos controlo
Tentei viver da emoção
E agora não encontro consolo

VIII
E choro e sofro e grito
Por dentro, apenas a mim me importa
Ninguém quer saber do sofrimento escrito
Ninguém quer saber que ele corta

IX
Com cada raio de luz
Que encara como um carinho
E que assim seduz
E deleita naquele miminho

X
Mas é tudo falso, tudo cruel
Tudo o que existe sabe a fel
Porque não pode ser feliz, nunca
O seu coração é só e apenas uma espelunca

XI
E tudo o que sonho
Com mais força e convicção
É apenas a tela perfeita onde não ponho
Toda a real e cruel maldição

XII
A morte? Não, nem pensar...
Estou cá é para sofrer
Cometi crime? Matar, violar?...Não!
Pensei que alguém me conseguiria reconhecer...

XIII
Como aquilo que sou todo o dia
Um coração grande para todos ajudar
E disto tudo, uma coisa apenas desejaria...
Alguém especial para me amar

XIV
Minha escolha foi feita
E logo despedaçada, arrancada!!!
Não há sensação que enjeita...
A real eterna foi enganada...

XV
Mas ninguém tem a culpa...
Ninguém, só Deus!
E como é que agora se desculpa?
Se destruíste todos os sonhos meus?

XVI
E se é para continuar assim
Virarei as costas, para a eternidade
Má pessoa verão em mim
E do outro "eu" terão tanta saudade...

XVII
É por isso agora que incorporo
Hoje e indefinidamente
Que a Aeternal está dentro de mim
A dominar-me, completamente...

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