quinta-feira, 17 de setembro de 2009

A Alberto Caeiro

A Alberto Caeiro (Será preciso dizer mais alguma coisa?)

Saio todos os dias de casa
Como quem não quer a coisa
Tenho de ir aqui e além.
Que ideia é essa?
Eu só procuro a brisa suave da aragem
Ou ver o calor a bater-me nos sentidos...
Mas se procuro alguma coisa diferente
Estou doente, o sentimento invade-me
Porque penso, que inimigo da vista!
E deixo de sentir as coisas à minha volta
E se não sinto não penso
Porque pensar é não sentir
Mas sentir é pensar em tudo sem ter-se consciência disso
E a inconsciência é a melhor coisa de todas
A sensação da terra húmida equivale a um sonho
Não... supera o sonho, porque se nos deitamos na erva
Tanta é a sensação que sonhamos
E sonhando não temos sensação nenhuma

"Pensar é estar doente dos olhos"
Sonhar é estar completamente cego
Por isso vivo a vida como gosto
Sentindo, sentindo: sou feliz
Como uma criança com um brinquedo novo
Que o acaba de descobrir
Assim sou eu com a Natureza:Surpeendo-me a cada momento!
"Sei a verdade e sou feliz!"

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